quarta-feira, 18 de junho de 2008

Auto-reconhecimento

Estava eu no meu quarto tentando organizá-lo de qualquer forma. Não, não me refiro a deixá-lo de qualquer modo, estado ou maneira. Refiro-me, sim, em ajeitá-lo custasse o que custasse; e o que justamente me custava era apenas tempo, o que, ultimamente, tenho de sobra.

Comecei por uma das três prateleiras que ele, meu quarto, possui. Fui chegando à clara conclusão de que não consigo me desvencilhar de coisas antigas, de lembranças. A princípio isso me deixou cabisbaixa, mas logo em seguida fui arrebatada pela felicidade. Por quê? Porque lembrei que uma das coisas essenciais na vida de um ser humano é a lembrança.

Segui para a segunda prateleira. Lá pude observar o quão antiga que sou. Nossa! Em plena Era Digital, Gabriela ainda possui inúmeros CD's, um microsystem e um BINÓCULO. Vocês têm noção do que eu tou falando e a que ponto eu consegui chegar? Pois é. Isso sem comentar das fotografias expostas em porta-retratos belíssimos. (onomatopéia de tosse, por favor!)

Bom, chegando na terceira prateleira, pude perceber que eu sou uma das causadoras do desflorestamento da Amazônia (que membros do GreenPeace jamais leiam isso). A quantidade abusiva de cadernos, livros (já, já vira uma biblioteca), pastas repletas de papéis, revistas de cunho astrológico (é, essa cultura é essencial para mim. E se dane quem riu ao ler isso!) ... Meu Deus, eu sou uma pecadora de alto grau, mas não me mande para o inferno, tá, Deus? Eu prometo plantar outro pau-brasil no canteiro cultivado por minha avó, está bem?

Então, após várias perturbações psiquícas logo no início de minha arrumação, desisti. Minha consciência pesava demais, caramba; e isso me deixava assustada. O pior de tudo foi que, ao sentar numa das cadeiras da sala, eu me condenei ainda mais por não conseguir terminar o árduo trabalho do auto-reconhecimento provocado pela arrumação do meu canto, do meu refúgio, do meu quarto. O que uma maldita arrumação no seu quarto num provoca em você, hein?

Enfim, mas o que será que meu guarda-roupa me revelaria?(!)

3 comentários:

Desabafo Literário disse...

uehueheuehuehuehuehueh
muito bom, gabi!
e eu que achava que a filosofia só partia dos grandes pensamentos inusitáveis. :O
o que seria de mim, hã?

beeijo

ps: não esquece de mim no dia do guarda-roupas, hein? ^^

Gabriela disse...

gostasse, chuchu? ai que lindo! pois é, meu baby, os grandes pensamentos podem até surgir da arrumação de seu quarto. que tal arrumá-lo hoje e fazer o teste, hm? hahahaha! beijos, chayote!

ps: no te olvidaré, chica! (:

Jú Monteiro disse...

Que tal começar arrumando o meu?

;D

:*