domingo, 30 de agosto de 2009

Itinerante

Não poderia ser pior. Sua ausência num domingo à noite, a ausência de si mesma. O sangue em busca das veias para chegar ao coração que pouco pulsa. A disritmia relacionada ao desalento de um domingo qualquer, de um desassossego interior. O chá esquecido, deixado frio numa xícara de café. A tela multicolorida, um Pinochet. A misericórdia de Deus ao proporcionar a esperança de uma nova semana. O quebradiço jeito de andar. As misteriosas vozes que nada dizem, nada falam, silenciam. O tango argentino tocado ao modo do sentir. Brusca inteligência. O cansaço visual, a proibição da leitura. O que poderia ser pior? Lâmpadas apagadas, a luz no fim do quarto, a sorte, a segunda à espera da terça. O (des)amor.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Pasta de Dente

Modo de usar: aplicar levemente sobre picadas de muriçocas da espécie culex quinquefasciatu, do gênero CAC.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Suicida

Assassino de si.

domingo, 23 de agosto de 2009

Da Crueldade

- Nada pior pode me acontecer fora esse descaso teu
- Pois atenta para o que pode vir a acontecer contigo
- Não há acontecimento mais trágico e cruel que este ocorrido há pouco
- Fica com essa tua inspiração efêmera e não esqueces das minhas palavras
- Jamais esquecerei daquelas proferidas, que foram lançadas como espinhos venenosos em meu peito
- Pois que assim seja!
- E assim será!
- Não há como eu tragar esse teu drama bucólico. Faz o que te digo e não desaponta-me.
- Nem há para mim como digerir tamanha indelicadeza e falta de sentimento para comigo. não hás de ser mais cruel comigo porque não hei de deixar jamais, pois para desapontar-te farei o possível e aquilo que fora estiver de meu alcance.
- Então dirige-te a beira do precipício e vê quão profundo é meu desprezo por tua atitude. Ignoro-te tal qual o vento gélido do inverno. Tuas palavras já não me importam mais.
- Pois terei por nome de precipício aquele conhecido por Centro de Filosofia e Ciências Humanas, para que teu remorso seja tamanho e sintas o vento gélido do inverno ressoar em teus ouvidos, que tua espinha paralise ao entrar em contato com tamanha desgraça induzida por ti. Palavras minhas não poderás mais querer escutar, mas clamores de misericórdia de minha alma te atormentarão durante teu sono.
- Atormentar-me jamais irás! Nunca morrerás, ó vil criatura, estás nesse plano apenas pra atormentar aqueles que são fracos de mente... sou um ser evoluído comparado a ti! Os reflexos de tuas ações não agem sobre minha entidade!
- Estilei!!!

Carmen

Carmencita
Carmen excita
Carmen hesita.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Pagando Meus Pecados

Perdido. Alguém consegue se perder de si? Situação caótica a qual eu me encontrei hoje; não me encontrei, me perdi. Refletindo sobre tal situação, pude comprovar, de fato, que o sono é um ótimo "iludidor" ótico. Um mágico, eu diria. Como é possível uma pessoa se guiar pelo primeiro e último número do ônibus sabendo que há um terceiro número no meio mas que não olha. É nisso que dá pagar passagem para o inferno. Sorte minha que só pago "meia-entrada". Engraçado foi ter dito a uma amiga minha que seria uma vergonha me perder na minha cidade natal. Preciso controlar esses meus pensamentos. Acho que foi a primeira vez que dormi no transporte "público" de Recife. A Avenida Caxangá passou a ter uma curva para a direita... Estaria eu no bairro da Várzea? Ah, sonho meu! Um primeiro pensamento foi o de ficar até o terminal da linha e voltar com outro motorista para a tão querida Caxangá. O problema foi o fim chegar. Nunca esperei tanto por um fim - ou já esperei? O que houve, minha filha?, diz o motorista. Acho que peguei o ônibus errado, moço, e agora?, murmuro quase morrendo. Aquilo não poderia estar acontecendo com uma garota com quase 19 anos na cara que anda de ônibus faz um século. Até que desço do ônibus e... SIM!, isto estava acontecendo comigo. Que lugar era aquele, meu Deus? Crianças quase nuas me rodeando, um cachorro de gravata mordendo quem passava na rua, um garoto com deficiência mental empinando uma mini-pipa de papel (juro que vi a hora de ele querer pegar meu caderno pra terminar sua pipa), um jovem avisando ao motorista que estava ali... Não que no meu bairro não tenha isso, claro. Mas tudo parecia aguçado demais aos meus seis (SIM, seis) sentidos, principalmente ao sexto - que me alertava que a aventura não pararia por ali. Vinte minutos depois, embarco em um outro ônibus da mesma linha. Motorista e cobrador rindo horrores da minha cara. Não seria normal uma estudante que queria ir para a Cidade Universitária parar em Monsenhor Fabrício, seria? Ao ter a peculiar mania de sentar na parte de trás do ônibus, só fiz, como dizem por aqui, papel de palhaça - coisa que já é comum visto que, ao que parece, tem escrito tal informação na minha testa. A cada lombada, eu via, pelo retrovisor, e ouvia as risadas de prazer do motorista ao me ver pinotando naqueles assentos confortabilíssimos. Eu poderia ter desenvolvido uma hérnia de disco, sim? Foi triste. Foi triste ouvir minha mãe perguntar gritando se eu não sabia ler. Mas paguei os meus pecados. Paguei os meus pecados e os pecados de todos aqueles que um dia eu conheci. Quase me tornei Jesus. Para completar, em plena Encruzilhada (sugestivo, não?), quase ia morrendo atropelada. Antes fosse por um ônibus. Mas por uma moto? JAMAIS! Que pare.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

De Duas Semanas

Nunca havia mudado de concepção. Jamais esperaria que remalina fosse aquilo que tiraria daqui a quinze minutos. O nervosismo sempre a faz calar. O medo não consegue transparecer em seus meticulosos gestos. A espera dela, deles. Uma confirmação pela metade não satisfez sua esperança; outro dia a esperar. E o silêncio, o silêncio, o silêncio. Conversas em tons baixos pelos corredores sem janelas. Portas entreabertas, portas. A corrida para casa, o cansaço, o temor e o sono. Nunca esquecera que a união, realmente, fazia a força; e que estar junto é ser um. Lágrimas jorradas para o outro lado do corpo que não é o de fora. A notícia não poderia ser melhor. A conversa descontraída. Os sorrisos frouxos no canto da boca. As risadas tímidas. O olhar tranquilo. O alívio e o cansaço. A força, no fim de tudo. E a vontade de mudar, sempre.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Hino

Minha gente, é sério. Juro que estou aqui no quarto e ouvi um passarinho "cantando' o Hino Nacional Brasileiro. JURO! *medo*

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Subnick

Me duele la cabeza, me duele este cuerpo, me duele la muerte...