E ele me olhava de lado. E ele parecia saber que isso me incomodava. Que isso me incomoda. E ele ria das minhas unhas vermelhas, das minhas sandálias rasteiras, do meu cabelo sempre dividido ao meio, da minha vergonha de usar colares extravagantes. Toda sexta-feira era assim. Toda santa sexta-feira. E empurrava os óculos para poder me olhar de lado. Eu realmente não sabia o que fazer para que isso acabasse. Pensava nas mil possibilidades de chegar e dizer dá pra parar com isso, ô, meu filho? ou de mandar um bilhete ameaçador dizendo ou você para, ou eu... ou eu talvez não queira que isso acabe.