sexta-feira, 14 de agosto de 2009

De Duas Semanas

Nunca havia mudado de concepção. Jamais esperaria que remalina fosse aquilo que tiraria daqui a quinze minutos. O nervosismo sempre a faz calar. O medo não consegue transparecer em seus meticulosos gestos. A espera dela, deles. Uma confirmação pela metade não satisfez sua esperança; outro dia a esperar. E o silêncio, o silêncio, o silêncio. Conversas em tons baixos pelos corredores sem janelas. Portas entreabertas, portas. A corrida para casa, o cansaço, o temor e o sono. Nunca esquecera que a união, realmente, fazia a força; e que estar junto é ser um. Lágrimas jorradas para o outro lado do corpo que não é o de fora. A notícia não poderia ser melhor. A conversa descontraída. Os sorrisos frouxos no canto da boca. As risadas tímidas. O olhar tranquilo. O alívio e o cansaço. A força, no fim de tudo. E a vontade de mudar, sempre.

Um comentário:

Bruna disse...

Gabriela tem a capacidade de sublimizar os momentos mais quotidianos.


*é, dando uma de Guimarães Rosa e neologizando.