sexta-feira, 24 de abril de 2009

Mortífera

Não vou mentir. Tenho medo da morte. Tenho. Tenho, sim! E não me acho mais covarde por isso. Também não vou dizer que me acho a mãe-coragem por isso. Apenas tenho medo. Não sei se uso morte com letra maiúscula ou minúscula, ela me enche de dúvidas. Medo da morte, também medo de morrer. E é por isso que escrevo essas palavras anexadas ao delírio. Eu não gostaria de morrer sem dizer algumas coisas, mais do que fazer. Mas dizer já é fazer, não? 
Achei que fosse escrever aqui tudo, ou pelo menos tentar, o que eu queria dizer. Mas não vou. É cansativo só de pensar. Acho que vou começar a andar com uma cartinha meio que suicida na bolsa. Um resumo básico (pleonasmo?) do que eu gostaria de dizer aos meus parentes, aos meus amigos e àqueles que eu nem cheguei a conhecer. Escreverei. Porém não hoje, nem amanhã, nem esse ano. Vou tentando adiar a morte, enganando-a como posso. Ou imaginando que.

4 comentários:

Alisson da Hora disse...

A morte foi a maior sacação do Criador... não suportaria viver uma vida pelo tempo várias vidas inteiras.

Bruna disse...

Morrer é fácil - às vezes nem dói. Difícil é ficar e conviver com o vazio no lugar da pessoa. Aliás, vazios são terríveis.

PS: você não tem permissão pra morrer, só pra esclarecer. Porque se tu morrer, Gabriela... Ah, se tu morrer... Eu te mato !
PPS: Não, não é brincadeira.

Éder Cysneiros disse...

A morte só é o início de uma nova vida, vida essa que é bem mais complexa. Não tenho medo da morte, tenho medo do que vem pós ela.

Beijo!

Unknown disse...

E tu lá tem medo da morte mulher!
Você não a engana, você a amedronta e isso é fato! Provas? Só falar com seus Orixás ¬¬