sábado, 14 de fevereiro de 2009

Quando Foi Outra (3)

19h. Era esse o horário o qual Sandra costumava dormir. Ela gostava do número sete. Ela se interessava por mitologia. O mito de Pandora era o seu preferido.
Enquanto tomava seu café-da-manhã, Helena, a madrasta, ouvia o noticiário, no rádio. Uma desgraça acontecera: a Torre de Pisa havia desmoronado. Salve as Pirâmides do Egito, pensou Sandra.
Esse acontecimento rendeu conversas quase sem fim durante as refeições, por três dias consecutivos. Faltava assunto. Faltava assunto até o momento em que Enzo, pai de Sandra, infartou no banheiro. Castigo dos Astros, gritava Helena. Cale a boca, murmurava Sandra.
O caos estava estabelecido. A morte parecia rir distraidamente para Enzo, enquanto ele estava inconsciente, deitado numa cama de hospital. No corredor, Sandra refletia. Reflexão esta que poderia esperar para o próximo minuto. Logo ela, logo ela que pensava que a morte jamais a encontraria... e hoje, justamente hoje, a morte está mais perto do que um dia imaginara.

3 comentários:

Alisson da Hora disse...

Gostei da coisa da tragédia (a Torre de Pisa, desmoronando) e do caos...

gostei mesmo...adoro essas coisas destruidoras...

besos

Bruna disse...

[Nossa. Tu derrubou a Torre de Pisa.]
"A morte parecia rir distraidamente para Enzo"...
A gente nunca sabe como vai se sentir até que sente. Quando a morte chega perto, faz a gente refletir, como se pudesse evitar, como se pudesse atrasar o momento, como se pudesse fazer valer a pena.

Unknown disse...

vida agitada a da garota :P