quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Escrevendo Palavras

Pra falar a verdade, eu não estou aqui, no meu blog, para falar coisa úteis e bonitas. Coisas estas que eu jamais fiz, apenas tentei. Tentativas frustradas, bem sei; mas tentativas que sem as quais, eu jamais teria conseguido expressar algos e algos que estavam no mais profundo eu que possuo.

Eu estava pensando, seriamente, na possível chance de minha pessoa ser analfabeta. Desconhecer o domínio da escrita. Seria eu um ninguém? Bom, num é querendo dizer que quem não sabe ler ou escrever não seja, conotativamente, alguém. Mas é que eu já não me vejo sem esse privilégio, entendem? Eu sei que muitos sabem ler e escrever, mas o sabem e o fazem por pura necessidade, ou por puro mecanismo. O que eu acho ruim. É que a partir do momento que você consegue expressar alguns de seus pensamentos, algumas de suas opiniões, alguns de seus mais íntimos sentimentos por meio de palavras no âmbito escrito é, pra mim, uma forma de libertação. É uma liberdade tamanha, que nenhuma palavra expressa por meio da voz poderia ter tamanho peso, tamanho pudor. Pudor? É. Pudor este que, ao ser expelido por vozes, ganha certa vulgaridade. As palavras quando escritas, falando sobre qualquer coisa que seja, dando sentido ao universalismo cujo todos os seres se encontram e, no meu caso, dando forças, dando idiossincrasias, dando poder... é uma integralidade incomparável. É, basicamente, tudo!
Enfim, não sei se viajei demais, não sei se consegui fazer as considerações que eu queria, não sei se me expressei a tal ponto de vocês me entenderem... Mas a essência do que eu queria dizer está aí, fato.

E faço das palavras de Haia, as minhas:
A palavra é o meu domínio sobre o mundo.

3 comentários:

Bruna disse...

Há momentos em que a indentificação com alguma coisa escrita, ouvida ou vista é tão grande que nem dá pra descrever. Esse texto me deixou simplesmente sem palavras. E olha que isso não é fácil. Pelo menos não na internet.
"É que a partir do momento que você consegue expressar alguns de seus pensamentos, algumas de suas opiniões, alguns de seus mais íntimos sentimentos por meio de palavras no âmbito escrito é, pra mim, uma forma de libertação."
Amei. Não só este trecho, o texto todo, mas esse em empecial me fez pensar, me inspirou.
Ar-ra-sou!
That's why I love you.
xxx
Bruna

Bruna disse...

OBS.: Noto um estilo meio... Parecido com um de um nosso amigo em comum. O psico, sabe?

Rite disse...

Gabi, nunca gosto de fazer missas de corpo presente.
Mas tu és uma mocinha digna!

Que bom te ter em Letras, sério mesmo. É raro aparecer gente que preste ali, ainda mais sensível e legal.

Leia Hilda. Não tenho a menor dúvida de que você vai se encantar.

E vou tirar um dia pra bater papos ao vivo por ali no CAC com a senhorita.

:***